Um momento importante e uma grande responsabilidade — πολύτροπον - "de muitos caminhos"
Carta semanal de Rui Tavares | 8 de dezembro de 2023
Um momento importante e uma grande responsabilidade
Nos últimos dois anos uma das coisas que me tem orgulhado mais é o facto de nas várias centenas de pessoas que me foram abordando na rua todas se mostraram felizes e orgulhosas pelo seu voto nas eleições de 2022.
Nestas eleições temos a responsabilidade e a possibilidade de continuar o caminho de credibilização que temos feito. Um partido que não vira costas aos problemas das pessoas, que tem visão e propostas.
Estou muito satisfeito de ter comigo nesta segunda volta das primárias do LIVRE para o Círculo de Lisboa muitos camaradas que têm trabalhado comigo neste caminho e neste partido.
A Isabel Mendes Lopes, n.º 2 da lista em 2022 e que tem assessorado o gabinete parlamentar do LIVRE e deputada municipal em Lisboa e o Tomás Cardoso Pereira, chefe de gabinete do LIVRE na Assembleia da República e deputado municipal em Oeiras, a Patrícia Gonçalves e o Carlos Teixeira que têm feito um magnífico trabalho enquanto vereadores em substituição em Lisboa, defendendo as nossas propostas e fazendo oposição à governação de Carlos Moedas.
Estou seguro que com eles na lista – e com a certeza de que o LIVRE elegerá um Grupo Parlamentar a 10 de março – o partido da Esquerda Verde Europeia estará bem representado no parlamento e esse grupo parlamentar nos dará a todos a mesma satisfação e orgulho no seu voto.
E não é só em Lisboa que o LIVRE estará bem representado. No Porto concorrem a estas primárias o Jorge Pinto que esteve comigo na primeira direção do LIVRE, a Filipa Pinto, professora, e o Mário Gaspar, deputado municipal do LIVRE em Felgueiras e membros da atual direção. Em Setúbal o Paulo Muacho, coordenador da equipa do LIVRE na Câmara Municipal de Lisboa e a Geizy Fernandes, assessora para os Direitos Humanos. Em Braga concorre a Teresa Mota, co-porta-voz do LIVRE, em Aveiro o Filipe Honório e a Joana Filipe. Em Santarém o Pedro Mendonça, assessor de imprensa do gabinete no parlamento ou nos Açores o José Manuel Azevedo.
Para além destes há dezenas de outros candidatos e candidatas que representarão o LIVRE nos seus distritos e mostraram ao país como a política pode ser.
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Olá amigas e amigos,
Bem-vindas e bem-vindos a πολύτροπον (diz-se polítropon) - a minha carta semanal "de muitos caminhos". Começamos a semana com a última volta das primárias do LIVRE. Podem ler abaixo algumas palavras sobre esta prática democrática que foi a mais participada desde que o LIVRE foi fundado.
— E, no final da carta, partilho excertos de um ensaio publicado na Revista do Expresso que explica o nome desta carta (o primeiro adjetivo que Homero usa para descrever Ulisses na Odisseia).
Lembro que πολύτροπον (diz-se polítropon) - "de muitos caminhos" é inteiramente gratuita.
(Quem não quiser receber este email, é só clicar em "unsubcribe" abaixo, ou enviar mensagem solicitando a retirada da minha lista de contactos.)
Um abraço,
Rui
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Fala-me, ó musa, de um homem problemático
Sobre Emily Wilson, a mulher que se aventurou a ser a primeira a traduzir a Odisseia para inglês e o tipo de homens que se escandalizam com isso.
Mas vamos lá: chamar “complicado” a Ulisses é ou não ofensivo? E se fosse? É que a pergunta deve ir um pouco mais atrás: quem diz que é apenas suposto elogiar Ulisses na primeira linha da “Odisseia”?
Vamos à palavra tal como Homero, ou talvez “Homero”, a talvez disse primeiro e ele ou outro a escreveu depois, há cerca de entre 3000 e 2600 anos. A palavra — o primeiro adjetivo usado para descrever Ulisses na Odisseia é πολύτροπον, que se pode transcrever como “polítropon”, um acusativo de “πολύτροπος” (polítropos), para modificar o substantivo ἄνδρα, homem. Polítropon não é complicado de explicar: “poli-” quer dizer “muitos” e “tropos” que dizer “caminhos”, pelo que “polítropon” se poderia traduzir literalmente como “de muitos caminhos”. “Do homem conta-me, ó Musa, de muito caminhos” seria a tradução literal das primeiras palavras da “Odisseia”.
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